terça-feira, 16 de novembro de 2010

Eu Aprendi Cantando Errado

Eu aprendi inglês cantando errado. E quem nunca cantou errado? Não é só o simples fato de usar palavras erradas. É falar aquele “inglês” que só você conhece porque foi assim que você ouviu. Quem não lembra do “iarnuou” que aquela moça que participou do Big Brother Brasil insistia em cantar (e ruir com nossos ouvidos)? Ou quem não assiste e rola de rir do Karaokê do Pânico, no qual a legenda da música é uma palavra parecida ou que lembra o que está sendo cantado? Se você é um daqueles que canta enrolado porque canta o que entende, bem vindo ao meu clube. Vou contar como foi pra mim.
Eu era criança ainda. Acho que estava aprendendo a ler e a escrever naquela época, minha recordação é vaga. Mas uma coisa eu não esqueço: minha mãe adorava comprar fitas K7 (sim, eram os anos 80!) com trilhas sonoras de novelas, especialmente as internacionais. Quando viajávamos ou simplesmente tínhamos que atravessar a cidade para visitar meu avós, sempre tinha uma musiquinha no rádio. E eu gostava daquelas músicas, mesmo que não entendesse nada do que era cantado. E por tanto ouvir e tanto gostar, acabava com as melodias grudadas em minha mente e, ao tentar reproduzi-las no meu “personal karaoke”, cantava do jeito que as entendia. Tal qual fez aquela ex-BBB. Tal qual faz o Karaokê do Pânico. Isso me deixava envergonhado? Não. Até porque eu era criança. Mas incomodava quem estava me ouvindo. E com certeza, se você canta “errado” perto de alguém, vai incomodar!
Naquela época, não havia internet e nem todos os discos ou fitas (e até memso CDs, quando estes surgiram) traziam as letras das músicas para cantarmos juntos. E não havia internet! Como fazia, então? Não fazia! Se você estivesse estudando inglês, poderia contar com seu “teacher”, que, numa hora vaga, iria tirar a letra pra você e levar pra aula! Pronto! Era só cantar. Mas eu não tive isso até os 11 anos. E sei que muitos não tem isso até hoje, com a diferença de que temos a internet pra pesquisar.
Tá, mas e como eu aprendi inglês com isso? Veja só! Conhece essa música (leia-a como está escrito)?
“Xau, xau
Leriraurau
Tis ardi tis akendu irau
Camon
Ai tóki tchuru
Camon”
Lendo assim, com certeza você não conhece. Eu também não conhecia, não sabia o nome da música, mas adorava ela! Me lembrava praia (e me lembra até hoje) e eu adorava ouví-la quando ia pra SC! Outra coisa: o que está escrito ali não diz nada com nada, certo!? Ok, onde está a graça?
A graça apareceu anos mais tarde. Comecei a estudar inglês com 11 anos. Foram 5 anos sem parar, passando por 2 escolas. Depois, fiquei 7 anos sem uma aula de inglês, mas sempre em contato, especialmente ouvindo músicas. Voltei a fazer aulas por mais um ano, buscando a proficiência. Voltando um pouco nesse tempo, lembro que quando eu aprendi determinadas palavras e a pronunciá-las corretamente, lembrava daquelas músicas que ouvia quando criança. E lembrando de como eu cantava (ou tentava cantá-las), eu nem precisei da letra da música pra saber o que elas diziam, porque a pronúncia me trazia a palavra à mente. E assim, ficava fácil saber o que eu cantava e o que estava dizendo.
“Shout, shout
Let it all out
These are the things I can do without
Come on!
I’m talking to you
Come on!”
Esse trecho é o refrão da música “Shout” da banda inglesa Tears For Fears (apelidada no Brasil de “Tias Fofinhas” - não é que a pronúncia é parecida?), uma das minhas favoritas até hoje.
O que eu quis dizer com isso tudo é o seguite: é muito fácil aprender inglês com música. A dica que eu dou é a seguinte:
1) ouça aquela música que você gosta várias vezes, decore sua melodia e cantarole o que você entende junto com a música
2) cantarole a música dias a fio, de preferência sem incomodar outras pessoas. Preste atenção nas “palavras” que você forma, como pronuncia e enrola sua língua.
3) Vá à internet e pesquise pela sua letra. “Ah, mas eu não sei ler inglês”! Ótimo. Você não vai ler a letra, mas tentar encaixar aquele sei jeito de cantarolar às palavras ali colocadas. Isso leva um tempo, mas funciona.
4) Pronto. Sua pronúncia pode não ser das mais perfeitas, mas está quase lá, pois vai saber ao menos que som que aquelas palavras estranhas fazem quando você diz elas.
Quanto ao que elas siginificam? Bem, os próprios sites trazem as traduções. Mas cuidado! Traduzir não significa compreender totalmente, nem que você estará apto a conversar com um “native speaker”!
Sobre isso, eu deixo pro próximo post!
Ah, e deliciem-se ao som de Tears For Fears (ou “Tias Fofinhas”, como queiram)!
See ya ‘round!

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