quarta-feira, 17 de novembro de 2010

NA hora certa, NO lugar certo


Preposições são palavras que incomodam a vida de muita gente que estuda inglês. E elas são várias. Contudo, três delas acabam merecendo uma atenção bem especial, pois são as mais utilizadas: IN, ON e AT.

Estas três palavrinhas, numa tradução simples, significam “EM”, nossa preposição em português que exprime a idéia de posicionamento, seja ele temporal ou espacial. Nesse ponto, o português leva vantagem, pois nossa preposição funciona muito bem quando informamos o lugar que em que estamos. O máximo que ela pode assumir é uma combinação com os artigos definidos, no plural e no singular, formando NO, NA, NOS, NAS.

Muitos alunos, especialmente no início do curso de inglês, acabam por confundir seu uso, colocando-as de forma imprópria em exercícios gramaticais e, principalmente, orais.

Tendo em vista isso, podemos abordá-los de uma maneira bem simples, com um desenho igualmente simples. Este:



O que, a princípio parece apenas um “alvo”, é um forma de vermos e decorarmos as tais preposições. Numa primeira análise, cabe dizer que quanto mais específica for sua localização no tempo ou no espaço, mas para dentro do circulo você vai estar. Quer ver:

“Onde você mora?”, poderia perguntar um desavisado amigo ou estranho que queria chegar até onde você reside (ou se esconde, dependendo de alguns casos!). Que resposta você daria? Seu endereço? Provavelmente! Mas imagine que aquele estranho é um ser bem impertinente e você quer matá-lo no cansaço pra ver se ele desiste de você. Você poderia simplesmente responder: “eu moro no Brasil”! Háh, malandrão!

“Onde, ESPECIFICAMENTE, você mora?”, insistiria nosso impertinente amigo. Você, muito espirituosamente, poderia responder, ainda bem evasivamente, “eu moro no Rio Grande do Sul (ou qualquer outro Estado)”. Será que ele ainda consegue achar sua casa? Olhando assim, de cima do “Google Maps”, talvez não. Então ele insiste:

“Onde, MAIS ESPECIFICAMENTE, você mora?”. Ok, o cerco está apertando, mas sua resposta ainda pode ser vaga: “eu moro em Caxias do Sul!”. O “zoom in” no Google Maps do seu (muy)amigo está prestes a localizá-lo. É aí que vem uma pergunta crucial:

“Em que Rua você mora em Caxias do Sul – RS, Brasil?”. Ops, ele tá perto, mas a rua é grande e até ele achar sua casa, você terá tempo de se esconder ou estar no outro lado do mundo, se quiser. Você, contudo, não deixa de responder: “Na Rua das Flores (lugar fictício, qualquer semelhança é mera coincidência)!. Será que nosso amigo percorrerá toda a Rua das Flores, batendo de porta em porta, perguntando por você? Até poderia, se muito louco fosse. O fato é que, não satisfeito, ele faz a pergunta final:

“Qual é o endereço completo de sua casa?”. Ih, lascou-se! Agora ele te acha! “Rua das Flores, 123”, responde você. Pronto. Está especificado o endereço! Não há como escapar.

Como eu havia dito, o diagrama “IN, ON, AT”, funciona como um alvo, no qual, quanto mais ao centro, mais específica é sua posição. Nessa nossa história, qual informação é mais específica: o país ou a cidade onde você mora? A cidade ou a rua? A rua ou a casa 123 nela? Transpondo isso para o inglês, de trás para frente, temos o seguinte:

AT = 123 Flowers Street
ON = Flowers Street
IN = Passo Fundo – RS – Brasil

Portanto, os usos espaciais de IN, ON e AT, podem assim ser determinados:

No que se refere ao tempo, a ideia é a basicamente a mesma. Ocorre que a regra geral não vale totalmente a medida que vamos especificando nosso tempo. De qualquer sorte, o que é mais específico: o ano ou o mês? O mês ou o dia? O dia ou a hora? Seguindo esta lógica – e respeitadas as exceções, nosso diagrama fica desta forma:


Importante, contudo, deixar claro que IN, ON e AT tem implicações que tornam únicos seus usos, especialmente os dois primeiros, no que se refere ao espaço.

IN deve ser usado sempre com o sentido de “dentro de”, ou seja, sempre que algo ou alguém se achar em algum espaço delimitado ou fechado, pode-se dizer que está IN.
Exemplo: You can be AT HOME, IN your BEDROOM!
                   I’m IN THE PARK, waiting for you.

ON deve ser usado para demonstrar que algo ou alguém está em contato com superfícies ou outra pessoa ou objeto. Também é usado para meios de transporte. A ideia é de “junto de”.
Exemplo: The picture is ON the wall.
                   Do you have any money ON you?
                   She’s ON a train to San Francisco right now.

É bom lembrar que, assim como no português, as preposições podem combinar-se com os artigos definidos ou indefinidos. Tudo depende de quanto você precisa determinar ou especificar a sua referência. Lembrando que o artigo definido no inglês (THE = o/a/os/as) , bem como o artigo indefindo (A/AN = um, uma), tem a mesma função que no português.
Existem muitas combinações verbais e phrasal verbs que utilizam estas duas preposições. Neste caso, elas serão objeto de um estudo posterior. Quero finalizar com uma dúvida que pode estar matutando na cabeça de muita gente:
AT HOME x IN THE HOUSE

Primeiro, é bom lembrarmos que HOME nos dá a ideia de “lar”. Não é simplesmente um espaço físico. “Home is where you hang your hat”, já diz um famoso provérbio. Algo como “lar é onde está o coração”! Portanto, você pode sentir que seu lar é sua casa, ou seu escritório, ou até mesmo seu carro. HOME é uma questão de sentimento.
HOUSE tem o sentido da construção “casa”. Como formas de moradia, temos HOUSES AND APARTMENTS. Logo, por ser este um espaço físico delimitado, e estando dentro dele, utilizamos IN THE HOUSE, com o sentido de estarmos fisicamente ocupando um espaço  naquele espaço.

Com HOME, a preposição vai ser AT pois lar é um lugar muito específico e particular. O mesmo vale para “no trabalho”. You are AT WORK e não IN THE WORK justamente por que não pode estar dentro de algo como tarefas, papeis, telefonemas, etc. You can be IN YOUR OFFICE, AT WORK.
Tá bem assim?
Dúvidas, escrevam-me!
See ya ‘round!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Me migrei!

O pessoal que vinha me acompanhando e lendo minhas postagens no Tumblr agora vai poder me acompanhar aqui pelo Blogger. O endereço mudou um pouco, mas tudo aquilo a que estávamos propostos a fazer quando criamos o site "Teacher Sam" vai permanecer. Abaixo, estão minhas primeiras postagens, as quais migrei para cá para quem quisesse (re)ler.

Na sequência, vem mais um post novinho em folha!

Espero que vocês gostem daqui!

See ya 'round!

Quando VOCÊ é o Problema

VOCÊ traz sempre uma dor de cabeça para as traduções no inglês! Não a sua pessoa, mas o pronome VOCÊ! Quer entender?
Primeiramente, PRONOME é uma palavra que antecede um substantivo ou um nome, podendo até mesmo substituí-lo, limitando ou concretizando o significado de uma frase. No português, dentre tantas classes, chamo a atenção de três, pois elas são o alvo deste estudo: os Pronomes Pessoais, os Pronomes de Tratamento e os Pronomes Possessivos.
Começo pelos pessoais. Eles indicam a presença das pessoas gramaticais, ou seja, quem fala, com quem se fala e de quem se fala. Na ordem, são as famosas 1ª, 2ª e 3ª pessoas. Elas aparecem tanto no singular, quanto no plural. Lembrou de quem são?
  • Quem Fala - 1ª Pessoa - EU / NÓS
  • Com quem se fala - 2ª Pessoa - TU / VÓS
  • De quem se fala - 3ª Pessoa - ELE / ELES
Partindo pra analogia com a língua inglesa, temos os Personal Pronounsou Subject Pronouns. São os pronomes que conjugam os verbos em inglês. Portanto, eles virão sempre antes do verbo.
  • EU - I
  • TU - You
  • ELE - He
  • ELA - She
  • “Isso” - IT
  • NÓS - We
  • VÓS - You
  • ELES/ELAS - They
O que, com certeza, passa despercebido é que poucos notam que “VOCÊ” não está na lista de pronomes pessoais! Por que usamos então?
Isso nos traz aos Pronomes de Tratamento, que usados no trato formal, destinados à situações que exigem o “respeito” do interlocutor devido o grau de importância que a outra parte possui. Dentre estes, temos Vossa Excelência, Vossa Majestade, Vossa Senhoria e um cara uma vez chamado de “Vossa Mercê”! Ao longo dos anos e da evolução da língua portuguesa, esse pronome de tratamento foi-se encurtando, encurtando, encurtando… Era Vossa Mercê, virou Vosmecê, que virou VOCÊ! E continua encurtando, né: Ocê, Cê… (onde será que vai parar?).
O inglês não possui pronomes de tratamento. Na verdade, os possui na medida em que temos o Senhor/Senhora (Mister/Mistress - Sir/Maddam), mas não na forma de usá-los diretamente no discurso. Quando uma frase como “O senhor não quer entrar para tomar uma xícara de café?” aparece, ninguém traduz “Does’n’t The Mister/Sir want to come in for a cup of coffee?”! “O Senhor”, neste caso, é a pessoa com quem falamos. Logo, é a 2ª pessoa. Qual é a 2ª pessoa no inglês: YOU! “Don’t you want to come in for a cup of coffee?” não fica mais adequado e correto? Fica!
Perceba que aqui, aos usarmos um pronome de tratamento, acabamos indo, automaticamente para o uso da 2ª Pessoa - YOU. Contudo, em termos de conjugação no Português, os pronomes de tratamento são conjugados como se estivessem em 3ª PESSOA - ELE/ELA. E é aí que começa a confusão.
VOCÊ é pronome de tratamento. Deve ser conjugado em 3ª Pessoa. Ex.: “VOCÊ É O QUE VOCÊ COME” (eu sou, tu és, ELE É = VOCÊ). Como eu me dirijo à pessoa com quem eu falo usando um tratamento, esta passa a ser vista como a 2ª pessoa. Portanto, para traduções de português para o inglês, VOCÊ assume um lugar na 2ª pessoa - YOU!
  • EU - I
  • TU/VOCÊ - You
  • ELE - He
  • ELA - She
  • “Isso” - IT
  • NÓS - We
  • VÓS/VOCÊS - You
  • ELES/ELAS - They
A confusão passa mesmo a existir quando passamos a usar os Pronomes Possessivos. Eles, de uma maneira geral, costumam a concordar com a pessoa que inicia o discurso ou a quem referimos no discurso.
  • EU —> MEU(S)/MINHA(S)
  • TU —> TEU(S)/TUA(S)
  • ELE —> SEU(S)/SUA(S)
  • NÓS —> NOSSO(A)(S)
  • VÓS —> VOSSO(A)(S)
  • ELES —> SEU(S)/SUA(S)
Então, seguindo a linha de raciocínio que demos antes, VOCÊ, por ser conjugado como 3ª PESSOA, vai receber os PRONOMES POSSESSIVOS relativos a esta pessoa!
“Ele lavou seu carro antes da chuva”! —> De quem é este carro? “SEU, ué. Tá dito ali”, me responderia um apressadinho. Como eu falei, geralmente, há a concordância da pessoa que inicia o discurso. Quem começou o discurso?ELE. Portanto, de quem é o carro? SEU —> PRONOME POSSESSIVO DA 3ª PESSOA!
O problema é que os alunos associam o YOU ao VOCÊ e, logo, ao YOUR, traduzindo-o como “SEU”! Na frase em questão, não foi VOCÊ quem “lavou o carro”, mas a 3ª pessoa - ELE. O pronome possessivo na relação é SEU!SEU, aqui, NÃO pode ser YOUR!
“HE washed HIS car before it started raining!”
Ele até pode ter lavado “YOUR car”, mas duvido que faria isso, por concordância nominal ou sem o devido pagamento.
Assim, YOUR somente vai ser SEU com sentido de VOCÊ quando estiver VOCÊ estiver na 2ª pessoa.
Possessive Adjectives:
  • MY —> I
  • YOUR —> YOU
  • HIS —> HE
  • HER —> SHE
  • ITS —> IT
  • OUR —> WE
  • YOUR —> YOU
  • THEIR —> THEY
“Você lavará seu carro antes de chover?” — WILL YOU WASH YOURCAR BEFORE IT STARTS RAINING?
Para que as confusões sejam diminuídas, foi criada uma solução: juntar a preposição DE mais o pronome ELE/ELA para determinar a posse da 3ª pessoa. Note, contudo, que DELE(A)(S) não são pronomes possessivos. São tão somente formas combinadas que determinam a inferência do sujeito sobre algo!
Assim, temos que HIM = DELE; HER = DELA; THEIR = DELES(AS).
Essa associação é possível, desde que se tenha em mente que as traduções aqui apresentadas não constituem-se em pronomes possessivos e servem para diferenciar o “SEU de VOCÊ” do “SEU de ELE”, OK?
Em resumo, temos isso:
  1. VOCÊ é pronome de tratamento. Utiliza conjugação de 3ª pessoa! Contudo, é utilizado como a pessoa “com quem se fala” (2ª). Isso nos leva a traduzi-lo como YOU no inglês.
  2. O pronome possessivo YOUR (“possesive adjective”) é pronome de 2ª pessoa, relativo ao YOU. Portanto, sua tradução mais adequada éTEU(S)/TUA(S).
  3. Usando o VOCÊ como pessoa com quem falamos, o pronome YOUR é traduzido conforme se utilizam os pronomes de tratamento: na 3ª pessoa, como sendo SEU/SUA.
Por isso, muito cuidado ao traduzir frases que tem o YOUR ou SEU/SUA. Analise o contexto, veja se é “com quem” ou “de quem falamos”!
Se ainda tiver alguma dúvida, pode deixar um recado aqui ou mandar um e-mail pra teachersam@terra.com.br
See ya ‘round!

"Cadê o Sujeito" - Revisited

 um ponto  que ficou pendente por ser dito no post anterior e que é de extrema importância.
Tem frases da categoria das Orações Sem Sujeito que não serão iniciadas por IT, pois elas pressupõem justamente a existência de algo. Se ligou no que eu quis dizer? Olhe as palavras destacadas novamente…
Existe uma força muito grande que impele os alunos à utilização do verboTo Have quando, na frase, quer-se expressar a existência de algo. Sei que to saturando a palavra, mas o foco é esse. Se existe é porque tem. Tem no mundo, tem em algum lugar. Quando se fala em verbo TER, qual é a primeira coisa que o nosso cérebro lembra? Do verbo TO HAVE!
O português é “tricky” nesse ponto e, mais uma vez, os alunos tendem a transliterar frases, sem, ao menos, olhar-lhes o sentido. Quer ver?
“Tem alguém aí?”
Muitos desavisados acabam lembrando que “tem” é a conjugação pro verbo “ter”, cuja tradução é have! Aí, sai essa barbárie…
“Have somebody there?”
NOOOOT! Bom, aí você pode lembrar do post anterior e tentar encaixar alguma das duas dicas que eu dei. Apassivar a voz não rola. Se não há sujeito, quem vai sofrer a ação verbal? Ok, então coloca o IT, já que ele é o coringa pra orações sem sujeito!
“Does it have somebody there?”
Até parece correto né!? Tem “sujeito”, auxiliar, verbo…
O que as pessoas esquecem é que o verbo TO HAVE, no seu sentido verbal mesmo, não trata de existência, mas sim de posse de alguém sobre algo/alguém.
Muito bem. Se o “tem” da pergunta está com o sentido de “existir”, tem outro verbo em português que dá o mesmo sentido: o verbo HAVER.
Se os alunos não se ligam que na frase o “tem” está com sentido de “existir” e que para expressar isso eu também posso usar o “haver”, eu fico sem saída para traduzir essa frase. NOOOOT! Again!
O Inglês traz uma expressão que denota a existência de algo no tempo-espaço-imaginário (criação minha este trinômio!) que se encaixa perfeitamente nesse contexto:
THERE + TO BE
Primeiramente, acredite ou não, existem alunos que ainda pedem “o que é esse verbo BE?” Eles estão tão acostumados a ver somenteAM/IS/ARE/WAS/WERE que se esquecem que estas palavras são a conjugação do verbo conhecido como BE, nosso famoso SER/ESTAR. Esquecem até do seu particípio, o BEEN! (Nota: o TO BE é o verbo mais complexo da língua inglesa. É o único que possui mais de 2 conjugações no presente e 2 no passado. O resto dos verbos não são assim. Depois do TO BE, só o TO HAVE apresenta diferença na conjugação presente - HAVE/HAS. O resto, vocês sabem como funciona!)
O THERE é uma preposição, cujas principais traduções seriam “aí” ou “lá”.
Então vamos para a explicação “tupiniquim” para o funcionamento, afinal, tem gente que adora traduzir coisas…
Se eu junto THERE com IS, por exempo, pelo que acabamos de ler, a expressão poderia ser traduzida como “Aí ESTÁ”! Então, quando eu coloco a frase “THERE IS A CHAIR IN THE KITCHEN”, eu posso traduzí-la como“AÍ ESTÁ UMA CADEIRA NA COZINHA!”. Se “aí está”, é porqueEXISTE! Se existe, é porque ! Não fica tão mais bonitinho dizer “HÁ UMA CADEIRA NA COZINHA!”? Fica né!
Voltemos à vaca fria! E aquela pergunta, “Tem alguém aí?”, como ficaria? Se tem ou não, não sei. To perguntando… Se “tem” alguém é porque “há”alguém, com o sentido de “existir” alguém! Logo…
IS THERE ANYBODY THERE?
Portanto, quando temos Orações Sem Sujeito que expressem a idéia de “existência”, que podem começar pelos verbos TER e HAVER, as mesmas permanecem sem sujeito, mas devemos utilizar a expressão formada por THERE + TO BE para que faça sentido!
Muito bem, aí está: there it is!
Isso me lembrou uma música! Lembram desse video? Brasileiro é tão criativo que, a forma como a frase “there it is” foi pronunciada na música, acabou virando “tererê”!
Só nós mesmos!
See ya ‘round!