terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cadê o Sujeito?

Muita gente reclama que inglês é complicado, que é difícil entender, que isso, que aquilo. Ocorre que a forma como eles produzem suas orações, por ser diferente do sistema como aprendemos, faz com que tudo pareça difícil. Pois vos digo: é muito mais fácil do que parece. Olha só!
Um dos erros mais comuns que vejo nos meus alunos é a escrita de certas frases sem sujeito. Primeiramente, é bom lembrar que, na língua portuguesa, nós temos 3 tipos de sujeito, a saber:
a) Sujeito Determinado: o qual se sabe quem pratica a ação. Ex.: Maria vai à pé para casa. —> Quem vai à pé para casa? = Maria (sujeito determinado). *Nessa categoria, entra também o que se convecionava chamar de “sujeito oculto”! Como a conjugação de um verbo é determinada pelo tempo, pela pessoa e pelo número, há como saber quem realiza a ação. Ex.: Comemos todo o bolo. —> Quem comeu todo o bolo? = Nós (sujeito determinado pela conjugação)
b) Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se quis ou não se pôde representar na oração: Ex.: Roubaram meu relógio. —> Quem roubou? = Não se sabe ou omitiu-se!
c) Oração sem Sujeito ou Sujeito Inexistente: usados com verbos impessoais, como haver, ser e estar (indicando tempo), fazer, etc., e com verbos que indicam fenômenos da natureza. Exs.: 1) Há anos que não o vejo.; 2) Está frio hoje.; 3) Faz horas que estou plantado aqui.; 4) São nove horas.; 5) Chovia pra caramba ontem.
Fazendo um exercício simples de tradução - que é o que todo mundo faz quando se depara com frases como essa - nos deparamos com frases do tipoIs nine o’clock”, “Is cold today”, “Rained dogs and cats”! Argh! Isso me dá até um certo arrepio, mas é compreensível, uma vez que, no português isso é possível, como acabamos de ver.
Mas no inglês não! Não existem sujeitos indeterminados ou orações sem sujeito na língua inglesa! E a solução pro nosso povo eu vou dar!
Para o que estudamos como “sujeito determinado oculto”, fica simples colocar o pronome quando se faz uma tradução:
Comemos todo o bolo —> Quem comeu? = Nós! Ah, “nós comemos todo o bolo” —> We ate all the cake!
Já, para os sujeitos indeterminados, onde também há uma conjugação, 2 saídas são possíveis:
a) Apassivar a voz: “Roubaram meu relógio”. “Quem roubou?” “Ah, sei lá, não interessa!” Se não interessa, diga: Meu relógio foi roubado —> My watch was stolen!
b) Usar SOMEBODY/SOMEONE: “Roubaram meu relógio”. “Quem roubou?” “Sei lá, ALGUÉM(=pronome indefinido)” —> SOMEONE stole my watch!
E para as orações sem sujeito, a melhor saída é um tal de IT! Pouca gente se dá conta dele, porque aprendeu que IT deve ser usado para se referir a objetos ou animais (“It is a dog”, “It is a chair”). Mas este pronome pessoal da 3ª pessoa do singular funciona como um grande coringa, especialmente onde, no português, vemos somente um verbo e ninguém realizando tal ação. E aqui reside outra informação importante: traduções literais (ou transliterações) nem sempre funcionam.
Experimente colocar a frase “Há anos que não o vejo” no Google Translator e veja o que aparece: “For years I have not seen”! Ãh?! Será que um “IT’s been a long time” não fica melhor? Viu quem começou a frase?
Outro: “Está frio hoje”. “Quem está frio?” “Como ‘quem está frio’? O tempo tá frio”! Mas o que é o “tempo” se não uma “coisa”? —> IT is cold today!
“Chovia pra caramba” —> IT was raining dogs and cats.
Portanto, muito cuidado ao traduzir ou transliterar orações sem sujeito e orações com sujeito determinado. Para o inglês, elas não existem. DEVE-SE colocar um pronome ou apassivar a voz, quando for possível.
See ya ‘round!

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